The broken column, Frida Khalo, 1944

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quando o aqui não há

Quando o aqui não há,
O além não é,
Não há felicidade que me atinja,
Sol que me penetre,
Só pús que me corrói!

Quando não é aqui que estou,
Nem ali onde as flores são belas,
Será que existo? Será que sou
Múmia desfazendo-se em pó?

Não há caixão que me retenha,
Não há terra onde me deite,
Sol que me penetre,
Só pús que me corrói!

Quando não há aqui e agora,
Onde estou??

(Perspectives: Madame Récamier by David, René Magritte, 1951, http://mydailyartdisplay.worldpress.com/)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Esqueleto sem nome

Outrora ela era a mais bela
Daquelas raparigas banais.
Hoje, nenhum atributo tem ela,
Pertence às piores entre as demais.

A tristeza apodera-se
Do coração de menina
E a mulher sufoca
Diminui…
Fica tão pequenina.

Os cabelos…
Corta-os Sansão!
Neles está a força
Da tristeza.
Eles são
O coração de sua cabeça.
Era bela a trança dela…

Seus lábios alegria não têm.
Seus cabelos bailaram ao vento…
Seus lábios secam sem beijos…
Seus ombros não têm carinho…
Seu filho já não a abraça mais…
Seu corpo não sabe fazer amor…
Não conhece mais que a noite…
Desfaz-se sem outros filhos…
Mestrua-se e morre.

Quer ter cancro e fugir…
Ir para o mais alto monte
E aí jazer…
Aquele esqueleto
Sem nome.

(Chris Peters, para CD "On my own" de Travis Barker ft. Corey Taylor, in http://www.chrispeters.com/)