The broken column, Frida Khalo, 1944

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Beijo infinito

Qual o beijo que te dei?
O que deste? Igual ao meu?
O beijo do infinito, que sei,
Ou o beijo do finito sem deus?

O beijo que beijo ainda agora,
O beijo, permanente e aqui,
Está como esteve, noutra hora,
Em nossos lábios, que viveram por aí!

Beijo eterno, sem duração,
Que não se mede, mas se sente,
Ontem e agora - Sentes a minha emoção?
Meu amor, beijo o beijo ternamente!

(27/11/11)

 (O Beijo, Gustav Klimt, 1907-08)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Noite dos segredos


Lembras-te da noite dos segredos
E de tantas outras histórias de medos?
De como partilhámos uma almofada
Como se contássemos um conto de fada?

Duas cabeças unidas por um beijo,
Teu corpo colado ao meu, excepto um seio,
Minhas mãos apaziguando teu rosto
Como dona de amante gosto.

Beijando e tocando teu rosto pequeno,
Querendo tudo beber, mesmo não podendo,
Acalmando pesadelos coloridos de xadrez,
De terras que de, tão perto, do mar eram longe, daquela vez.

São lembranças que nunca serão esquecidas,
Castigos e violências não merecidas,
Que relembramos sempre que me beijas,
Mas que não te contêm o desejo, quando me anseias.

Quantas mulheres te chamaram nomes
Esquecendo as tuas grandezas enormes!
Eu chamo-te doces palavras, que ouvirias
Porque do meu amor, já to disse, digo, e tu, dirias?

(Braga, 09/11/11)

(Attempting the impossible, René Magritte, 1928, http://hourofidleness.worldpress.com)