Sentir-me vazia no meio
Dos que de vazio se sentem cheios,
Dos que não conhecem outras idades,
Horas, filhos, nem outras felicidades...
Sentir-me com medo
Dos que se levantam e deitam cedo,
Dos que não têm palavras para contar,
Nem sonhos nem pesadelos são capazes de imaginar...
Sentir-me no exacto sítio
Onde começa e termina o precipício
Dos que não têm morada
E aprendem a viver em nenhum lado da estrada...
Sentir-me de alma despedaçada
É sentir que a falta de amor num corpo é a maior ameaça!
- E em nenhum lado de mim encontro o teu e o dos outros,
Que afinal vivemos, apenas, por sermos loucos.
Braga, 10/12/2011