Quando ele revela sua alma
Monstro cavalgante se apresenta...
Bebe de mim todas as forças...
Quer-me doente!
Monstro sanguíneo e horroroso,
Quem pensas tu que és neste mundo?
O Rei, o dono do mundo?
És cruel e lancinante é teu olhar!
Com ele magoas-me e eu choro...
Pois monstro és e eu já não te adoro...
Quando ele revela sua alma
Monstro cavalgante se apresenta...
Bebe de mim todas as forças...
Quer-me doente!
Monstro horrível e pútrido,
Quem pensas ser neste lado da terra?
O dono, o senhor de que quimera?
Ah, não! Não és o dono de sonhos,
Mas de pesadelos...
Meu corpo pesa só de pensar em ti
E em tu a tê-los...
Monstro que tudo queres devorar...
Minha alma, meu sangue...
És doente e diabo que
Morrerá exângue !
Ah, sim, morrerás sem sangue!
Pois eu, ao ver tua alma nua, despida ,
Descobri que não te queria...
Como pude desejar-te e amar-te?
Dar-te minha alma e minha vida?
Para que tu morresses, eu morreria,
Monstro sangrando de alegria...
És canibal! E olha,
Para que tu morresses, eu morreria!
Só assim meu sofrimento não mais sofreria..
E eu, morta, viveria.
(Swallows the poisoned apple, Paula Rego, 1995)
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