Quando uma palavra se escreve
Mas não se deixa que seja mencionada,
Ou um poema em sacos segue
Rumo à censura, à brigada,
Carrega-se um pesado cruzamento
De duas estranhas longitudes
De madeira pregadas, sem unguento,
Ainda que esperando cúmplices atitudes.
Quando poesias se escrevem, e são de amor,
Devem ser livres, devem ser lidas,
Para que ninguém mate de dor
As originais palavras! Não as queiram reescritas...
E se papel não houver, por ocasião,
Cantem-se as palavras juntando melodias
E deixem que se transformem todos os nãos
Nas mais sonantes e reais fantasias.
(Braga, 10/12/2011)
(The places where we go, Michael Maier, 2008, http://en.aertoffer.com/)
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