The broken column, Frida Khalo, 1944

sábado, 31 de dezembro de 2011

Matam de dor as palavras

Quando uma palavra se escreve
Mas não se deixa que seja mencionada,
Ou um poema em sacos segue
Rumo à censura, à brigada,

Carrega-se um pesado cruzamento
De duas estranhas longitudes
De madeira pregadas, sem unguento,
Ainda que esperando cúmplices atitudes.

Quando poesias se escrevem, e são de amor,
Devem ser livres, devem ser lidas,
Para que ninguém mate de dor
As originais palavras! Não as queiram reescritas...

E se papel não houver, por ocasião,
Cantem-se as palavras juntando melodias
E deixem que se transformem todos os nãos
Nas mais sonantes e reais fantasias.

(Braga, 10/12/2011)

(The places where we go, Michael Maier, 2008, http://en.aertoffer.com/)

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