The broken column, Frida Khalo, 1944

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Felicidade sem sonho


Sonhei que sonhava o teu sonho,
Mas acordei sem sono e agitada
Porque deitada no meu restolho,
A minha felicidade foi sufocada.

A mulher que era, não eu,
Em tua casa dormiu belo sono.
Eu apenas conheço celeiro meu,
Pesadelos e amplas dores no ombro

Esquerdo – porque sonho que durmo
Voltada para o outro lado, o direito.
Contigo os meus gestos podiam ser o mundo
A preencherem o meu corpo inteiro.

Mas esta vida megera que vivo
É cálice eterno e universal!
Quando dele tentas beber meu vinho,
Encontra-lo, não tinto, mas de dor abissal!

Deixei de sonhar que aqui permaneço
E de dia e de noite, não fecho nenhum olho.
Alerta vivo e tudo duplamente ouço
Porque sem uma felicidade sem sonho, eu morro!

27/11/2011


(The double secret, René Magritte, 1927, in http://www.seamstressfortheband.org/)

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