Absurdamente só, assim me sinto,
Com o mundo à minha volta, me empurrando.
Estou-me a perder por aí sem ninguém saber quem sou.
Sem ninguém perceber como, sou transparente!
Totalmente enganadora, assim me minto,
Com tudo o que me dá vida e me vai matando.
Estou a iludir-me (ai!) sem ninguém saber porque jorra esta fonte.
Sem ninguém perceber como, sou demente!
Completamente vazia, assim me visto,
Com todos vós em meu redor, me enlouquecendo.
Estou a morrer por aí sem ninguém saber como me dou.
Sem ninguém perceber como, sou má gente!
Infinitamente pobre, assim me dispo,
Com tantas riquezas a tentarem-me e me enfraquecendo.
Estou a viver, para aí, sem ninguém saber exactamente onde.
Sem ninguém perceber como, sou indigente!
(Vila Verde, 04/04/2011)
(The silence, John Henry Fuseli, 1799-1801)
As tuas palavras atravessam-me e aninham-se em mim.
ResponderEliminarEvocam-me meus verdes anos já então maduros... aquele tempo em que solitária e solidariamente mente respirava Florbela...
Como te entendo minha irmã, no sofrimento!
Beijo
Maria
Bem vinda ao blog! Poucas palavras são necessárias quando os sentimentos são universais e eternos!
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