Pedes-me que te esqueça,
Mas isso é pedires-me que adoeça!
Dizes-me que não serves para meu jardim,
Mas tu és o eu em mim!
Afirmas que não te amas,
Mas preenches-me toda a alma!
Olha-me no teu espelho, antes que esmaeça:
Pedes-me que me esqueça?
Dizes que, para ti, não serve meu jasmim?
Afirmas que não me amo?
Não! Vê bem: Tu és, em mim,
A alma e sou, de ti, a gémea!
E para que tudo aconteça
Não peças que te esqueça!
Isso seria olvidar-me algures por aí
E eu já estou muito perdida por aqui!
Há dias em que para ninguém cheiro a jardim
E, olha, há dias em que não me amo!
Não me peças que te esqueça
Porque isso é pedires-me que esmoreça!
Olha-nos no meu espelho: vês como és, também, jasmim?
Vês como és: Completo! – O eu em mim?
Olha-nos: vês a Alma? (Que nunca se desvaneça!)
Minha imagem gémea, não queiras que enlouqueça!
(Vila Verde, 21/03/2011)
(Adam and Eve, Klimt, 1918)
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