Danço a dança já torta
E canto a canção desafinada!
Pinto a pintura descolorida
E vivo a vida ainda que morta!
Sonho o sonho de sonhar
E olho o olhar de não ver!
Sinto o sentimento de doer
E vivo a vida sem a amar!
Cheiro o cheiro de entontecer
E como a comida de envenenar!
Escuto o escudo a lutar
E vivo a vida a desfalecer!
Escrevo a escrita infiel
E desenho o desenho pequeno!
Bebo a bebida de veneno
E vivo a vida ainda que irreal!
Toco o toque de ensurdecer!
Leio o livro sem páginas
E choro o choro sem lágrimas
E vivo a vida sempre a morrer!
(6/3/2011 - Vila Verde)
(Roots, Frida Khalo, 1943)
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