The broken column, Frida Khalo, 1944

quinta-feira, 31 de março de 2011

Quando não há mais alma a guiar


Quando não há mais alma a guiar,
Não há mais nada a fazer,
A não ser bem esperar
Que se saiba, em breve, morrer!

A solidão é assim: Tamanha!
Quem a conhece como eu
Já nenhum sentimento estranha –
Só o amor de um qualquer deus!

Não há mais ar para respirar
Nem um qualquer coração a bater,
Nada há que viver ou que sonhar
Nem nada para esquecer!

Se as noites são assim amargas,
Que fazer de todos os dias?
Que fazer das histórias que não são contadas
E das luas que são sempre tão frias?

Quando não há que amar,
Nem tão pouco o gostar de si,
Que fazer senão adormecer ao deitar
A cabeça no chão? Assim…

Quando não há mais alma a guiar,
Não há mais nada a fazer,
A não ser bem esperar
Que se saiba, em breve, morrer!

(Vila Verde, 8/3/2011)

(O grito, Edvard Munch, 1893)

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