The broken column, Frida Khalo, 1944

quarta-feira, 16 de março de 2011

Naúfragos, depois do mar

Olhaste meus olhos como se visses o sol do dia, depois do mar
– Náufrago perdido e agora em mim encontrado!
Olhei teus olhos como se naufragasse na manhã, depois do sonho
– Náufraga partida e em ti reconstruída!

Namoraste minha ferida e a Frida em mim conquistaste, depois do ontem
– Pintor virgem, em questões de emoção iniciado!
Namorei tua voz em todos os tons da íris e cores do arco, ao pintar
               – Pintora experiente, para ti com alma em exposição permanente!

Tocaste meu cabelo como se acariciasses o céu, depois do sono
– Corpo abandonado e agora em mim acolhido!
Toquei teu cabelo como se me lançasse à terra, mesmo que no Outono
– Corpo dolorido e agora em ti aconchegado!

Beijaste meus lábios como se bebesses o ar fresco, depois da madrugada
– Sôfrego sedento que em mim encontra alento!
Beijei teus lábios como se sorvesse o mar revolto, espreitando da amurada
– Sôfrega ardente que em ti se alimenta!

Abraçaste meus braços como se suspirasses o primeiro sopro, ao nascer
– Menino mendigo que em mim é enriquecido!
Abracei teus braços como se gritasse o último grito de vida, ao morrer
– Menina pobre que em ti é a mais rica!

(Vila Verde, 14/03/2011)

            
        (Paul e Virginie, Escola Francesa, http://fineartamerica.com/)

Sem comentários:

Enviar um comentário