Meu rio amante só tem uma margem.
Beijos teus beijo-os apenas eu.
Abraços nossos só têm meus braços.
Faço amor com a imagem de ti, pois
O corpo que em mim vive, para ti nada é!
Lágrimas quentes não se evaporam em ti.
Conto-te dores que não sabes existirem.
Agarro tuas mãos a milímetros de distância.
Faço amor com a imagem de ti, pois
O corpo que em mim vive, para ti nada é!
Lágrimas que choro não molham tua face.
A voz que arranha minha garganta em ti é muda.
Mãos que tocam tuas mãos não sentes.
Faço amor com a imagem de ti, pois
O corpo que em mim vive, para ti nada é!
Teus olhos que vejo não acariciam os meus.
Falo-te com voz rouca e ouves um tom surdo.
Arrefeço-me em teus braços, aqui.
Faço amor com a imagem de ti, pois
O corpo que em mim vive, para ti nada é!
(4/3/2011 - Braga)
(Soft construction with beans, Premonition of civil war, Salvador Dalí, 1936)
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